Departamento de História
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas

Grupos de Pesquisa

A Corrupção Do Corpo Místico - Práticas Ilícitas Na Governança Da América Portuguesa (Séculos XVI a XVIII)

O presente projeto de pesquisa tem por objetivo investigar o envolvimento dos governadores ultramarinos em atividades econômicas tidas por ilícitas, por meio das quais aumentaram consideravelmente o próprio patrimônio, e que suscitaram denúncias por parte da Coroa, dos vassalos, pregadores, teólogos e pensadores políticos. Nos escritos morais e políticos da Época Moderna destaca-se a preocupação com a conduta justa e virtuosa dos governantes, que deveria ser pautada pelos valores cristãos e pelo amor ao serviço régio. O enriquecimento via participação nos negócios coloniais era então visto como vício e manifestação da cobiça - um dos pecados capitais - que conduzia à corrupção do corpo místico, ou seja, ao desvirtuamento das finalidades da monarquia. Das práticas que desencadeiam a corrupção, interessa aqui aquelas de caráter estritamente econômico, ou seja, que visavam, acima de tudo, a obtenção de vantagens materiais. No interior desta problemática mais geral, serão privilegiados três níveis de análise: o plano dos discursos - como se articula, nos textos coevos e na legislação portuguesa, a crítica à ganância dos governantes, em torno de que valores e a partir de que matrizes políticas; o plano dos imaginários, correlato ao anterior, que examina o processo de construção do mito da Índia como lugar da venalidade e da rapacidade, e o seu deslocamento, em meados do século XVII, para a América Portuguesa; e o plano das práticas, que visa elucidar os mecanismos graças aos quais os governantes constituíram grossas fortunas no desempenho de suas funções no ultramar, tanto quanto a reação que suscitaram na esfera local e na corte.

Link: http://corrupcaodocorpomistico.blogspot.com.br/

Professora: Adriana Romeiro

A Musa do Povo: literatura e política em Octaviano Hudson

Analisar as críticas ao governo e à sociedade imperiais, destacando os recursos retóricos, imagens, vícios, defeitos e injustiças que, ao serem publicizados, agiam no sentido de corroer a legitimidade do governo e da casa dinástica.

Recuperar a produção literária de Octaviano Hudson, nomeadamente os poemas da “Musa do Povo”, que se encontra dispersa nos jornais e que não foram reunidas em publicação posterior.

Coordenador: Luiz Arnaut

Centro de Estudos sobre a Presença Africana no Mundo Moderno - CEPAMM

O Centro de Estudos sobre a Presença Africana no Mundo Moderno – CEPAMM-UFMG é um órgão de pesquisa ligado ao Departamento de História e à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. O Centro, eventualmente, oferece cursos temáticos com perfil acadêmico, consultorias e curadorias lastreadas na área de conhecimento da História, embora não exclusivamente centrados nela. As atividades desenvolvidas ocorrem a partir de propostas interdisciplinares, que buscam melhor compreender a história de africanos e de seus descendentes crioulos e mestiços no mundo, principalmente entre os séculos XV e XIX. Esta perspectiva não exclui as incontáveis conexões possíveis de serem realizadas co m outros temas históricos, inclusive com temas contemporâneos, mas sem perder seu foco central de interesse. Os membros associados ao CEPAMM são professores/pesquisadores da UFMG e de outras instituições brasileiras e estrangeiras que desenvolvem pesquisas ligadas à temática geral de interesse; pesquisadores autônomos de comprovada e reconhecida atuação na área de pesquisa; estudantes de doutorado, mestrado, especialização e graduação envolvidos em projetos de pesquisa com temática compatível. Entre os objetivos do CEPAMM inclui-se o estudo e a investigação da complexa, dinâmica e diversificada história da contribuição africana, crioula e mestiça para a formaç&atil de;o do mundo moderno. Naturalmente, o maior esforço de estudo refere-se a temas relacionados ao Brasil, mas, sempre que possível, em perspectiva comparada com outras regiões. Pretende-se impedir que a história dos povos africanos e a de seus descendentes fora da África continuem sendo tomadas como sinônimo de história da escravidão, não obstante ser esse último tema um dos que mais desperta o interesse dos associados.

Sala: 1058, FAFICH

Professor: Eduardo França Paiva

Departamento de Polícia Federal do Brasil: entre o mito e a história

 O presente trabalho tem como principal objetivo compreender o processo de criação, institucionalização e empoderamento da Polícia Federal ao longo dos anos.

Para tanto, vários processos históricos distintos deverão ser considerados: a formação da carreira de delegado e suas interações com o sistema político brasileiro ao longo da República; a formação do sistema repressivo desde o começo do século, considerando os impactos da Revolução Russa e o aparato criado por Getúlio Vargas durante o Estado Novo; o processo de institucionalização da Polícia Federal em plena ditadura militar; os impactos produzidos pela transição brasileira junto à instituição; a disputa de poder entre militares e delegados no processo de busca de autonomia da polícia durante a década de 1990; a busca pelo fortalecimento corporativo dos delegados a partir dos anos 2000.

A relação da PF com o poder será um dos enfoques privilegiados da pesquisa, na medida em que, grosso modo, a própria Polícia Federal foi criada enquanto um órgão de Polícia Política, orientada a atuar em função da manutenção do poder dos militares.


Professora: Priscila Carlos Brandão

 

Dimensões culturais e políticas do exílio latino-americano

 O exílio sempre foi uma tradição na cultura latino-americana, afirmou certa vez o crítico uruguaio Ángel Rama. A história da América Latina tem sido, desde o século XIX, marcada pelo exílio, seja ele forçado ou voluntário, seja para países do Continente Americano ou para a Europa. Grandes figuras do século XIX ilustram essa tradição: Sarmiento, no Chile; Montalvo, na Colômbia e na França; José Martí, na América Central e EUA. No século XX, o século do exílio, continuaram a tradição Octavio Paz, Julio Cortázar, Pablo Neruda, Vargas Llosa, García Márquez, Ferreira Gullar, Guillermo Cabrera Infante e tantos outros. O exílio tem sido uma das mais importantes formas de expressão política na América Latina. A condição exílica é relevante nos estudos sócio-históricos e literários e é considerada como categoria de discussão a respeito das produções daqueles que estão, por diversas razões, fora de sua terra de origem. O grupo de pesquisa pretende contribuir para a ampliação dos estudos sobre as dimensões culturais e políticas do exílio latino-americano nos séculos XIX e XX ao investigar as ideias culturais e políticas que circulam em periódicos, narrativas literárias e biográficas criadas por intelectuais no exílio. Para tal, analisar-se-á as práticas políticas e as estratégias de intervenção intelectual motivadas pela condição exílica. O grupo congregará pesquisadores, estudantes de graduação, pós-graduação e participantes externos que se dedicam a temas relacionados ao exílio latino-americano. As pesquisas produzidas pelos membros do grupo se ampliarão sob aspectos temáticos, conceituais e de possibilidades historiográficas, explorando fontes de natureza variada (impressos, romances, biografias, petições, manifestos, correspondências) e buscando promover ampla discussão e divulgação de produção acadêmica. Promover-se-á seminários nacionais e internacionais, participação dos membros em congressos e buscar-se-á edições de textos em livros e artigos em periódico

Coordenadora: Adriane Vidal

Escravidão, mestiçagem, trânsito de culturas e globalização - séculos XV a XIX

O grupo congrega pesquisadores, estudantes de pós-graduação, de graduação e participantes externos que se dedicam a temas relacionados à história da escravidão moderna, no Brasil e no exterior, sobretudo na ibero-América; à história das dinâmicas de mestiçagens biológicas e culturais; à história dos trânsitos culturais e materiais entre as Américas, a África, a Ásia e a Europa, entre os séculos XV a XIX, em uma perspectiva de globalização que se tornava cada vez mais intensa e complexa; à história da presença de africanos e de seus descendentes no Mundo Moderno. Os estudos produzidos pelos membros do Grupo pretendem ser inovadores, reexaminando temas, períodos e interpretações, explorando novas poss ibilidades historiográficas e conceituais, assim como, lançando mão de fontes as mais diversas, desde manuscritos e impressos, até a iconografia e a oralidade. Entre os produtos oferecidos pelo grupo contam-se encontros e seminários; várias publicações, teses de doutorado, dissertações de mestrado, monografias de bacharelado e de especialização; apresentação de trabalhos em congressos no Brasil e no exterior; participação em grupos de pesquisa nacionais e internacionais; convênios internacionais de ooperação. O grupo pretende, também, servir de suporte para a formação de novos pesquisadores dessa área temática.

Sala: 1058, FAFICH

Professor: Eduardo França Paiva

Estudo da dimensão política dos sermões da Baixa Idade Média ocidental: república e monarquia

 Análise de textos sermonários de pregadores mendicantes relativos à política, poder, sociedade, crise social.

Coordenador: André Miatello

 

Governança, percepção e resposta às crises medievais (Norte de África e Europa, séc. XIII-XV)

 Estudar as fontes narrativas (histórias e crônicas) do mundo mediterrâneo medieval a fim de identificar situações de crise políticas, econômicas, religiosas, etc. e as respostas que lhes foram dadas.

Coordenador: André Miatello

 

Intelectuais, instituições e práticas historiográficas. A escrita da história nacional no Brasil e na Argentina (...)

Título: Intelectuais, instituições e práticas historiográficas. A escrita da história nacional no Brasil e na Argentina nas últimas décadas do século XIX

Esse projeto pretende analisar as conexões estabelecidas entre intelectuais e instituições brasileiras e estrangeiras envolvidas em um projeto de escrita da história nacional na segunda metade do século XIX. O objetivo principal é ressaltar as relações que os letrados brasileiros das últimas décadas do Oitocentos mantiveram com intelectuais de outros países, tanto na Europa, quanto na América Latina, num movimento que envolvia a modernização das instituições de saberes de cada país e o intercâmbio de documentos e informações entre esses agentes e os espaços em que atuavam. Partiremos, em princípio, das trajetórias de três intelectuais, que servirão para conduzir a pesquisa, embora consideremos a possibilidade de ampliar o projeto, incorporando a ele novos agentes e instituições. O primeiro dos intelectuais selecionados é Benjamin Franklin Ramiz Galvão, que esteve à frente da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (BN) entre 1870 e 1882. Como diretor da BN, Galvão teve a oportunidade de viajar a outros países e manteve contato com livreiros, escritores, políticos, historiadores e bibliotecários de várias regiões, dentre os quais Ferdinand Denis – administrador da Bibliothèque de Sainte-Geneviève e figura notória pelas suas relações com o ambiente letrado brasileiro – e Vicente Quesada – que dirigiu a Biblioteca Nacional Argentina também em um momento de reformulação daquela instituição. Nossa proposta reside justamente em explorar a relação que Ramiz manteve com esses dois intelectuais, um francês e um argentino, com o objetivo de traçar um painel mais complexo do ambiente intelectual no Brasil do Oitocentos, bem como analisar as interações das elites culturais brasileiras com as de outros países, tanto na Europa quanto na América Latina.

Sala: 4126, FAFICH

Professora: Ana Paula Sampaio Caldeira

Ordens religiosas e organização político-social na Idade Média

 Estudo sobre a atuação das ordens religiosas no campo político e social (governança e resolução de conflitos) e suas relações com as sociedades citadinas e campesinas do Ocidente Medieval

Coordenador: André Miatello

 

Projeto Mundo Natural nas narrativas dos livros didáticos, 1972-2012

O objetivo deste trabalho está situado em procurar compreender como o mundo natural é representado nas narrativas de manuais escolares. As fontes utilizadas são livros didáticos do ensino médio, entre os anos de 1972 e 2012.

Professor: Ely Bergo de Carvalho

Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória

O Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória foi criado em 2001, está vinculado ao Departamento de História da Universidade Federal de Minas Gerais e é coordenado pela professora Heloisa Maria Murgel Starling, (Titular Livre de História do Brasil da UFMG). O Projeto República tem como foco principal o período histórico republicano brasileiro, o percurso da história das idéias e dos conceitos no Brasil e o estudo da temática do republicanismo.

A produção de conhecimento gerada no interior do Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória está ancorado por duas áreas principais de investigação. A primeira área de investigação concentra a pesquisa direcionada para construção de um campo historiográfico interessado em desenvolver e estimular a incorporação de tecnologias interativas sustentadas por linguagens estéticas e artísticas e em veículos materiais de mídia.

A segunda área está voltada tanto para o estudo de temporalidades recentes, com ênfase para o período que compreende o experimento republicano brasileiro, quanto para a investigação e análise de determinados temas próprios à tópica do republicanismo, tais como: estudo das condições históricas de esvaziamento da esfera pública e constituição das formas políticas de repressão e autoritarismo na República brasileira; identificação de elementos históricos próprios à constituição do espaço público, do interesse público, da vida pública; identificação dos mecanismos de fundação da comunidade política ou formadores de cultura cívica e de práticas de cidadania; análise e interpretação de conceitos e vocabulários específicos da linguagem política e social do republicanismo, tais como: virtude, liberdade, corrupção, pátria, periferia, bem comum, tirania, justiça; análise e reconstrução das tradições intelectuais, das idéias e da imaginação cultural brasileira produzida por atores históricos direta ou indiretamente engajados na ação política de seu tempo.

As atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas pelo Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória estão distribuídas em seis linhas principais de investigação que trabalham de maneira integrada para obtenção de resultados. São elas: República, história e imagem; Memórias: resistência e ditadura na República brasileira; Linguagens do republicanismo; Decantando a República: um inventário histórico e político da moderna canção popular brasileira; Sentimento de reforma agrária, sentimento de República; UFMG: história e ofício.

O Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória possui os certificados UFMG; CNPq; FAPEMIG e conta com uma equipe de estudantes bolsistas e pesquisares em níveis acadêmicos distintos – de Iniciação Científica ao Pós Doutorado. A formação da equipe incluindo estudantes das áreas de história, ciência da informação, belas artes, comunicação social, filosofia e ciências sociais, indica sua natureza interdisciplinar e de trabalho integrado principalmente no sentido de induzir à inovação, transferir informações, catalisar mudanças e interferir na produção do conhecimento. A equipe é assessorada por um corpo de professores associados ao projeto, também de natureza interdisciplinar e originários da UFMG e de outras instituições universitárias.

O Projeto República: núcleo de pesquisa, documentação e memória tem realizado, igualmente, seu propósito de oferecer treinamento adequado para a formação de jovens pesquisadores na graduação e na pós-graduação originários de diferentes áreas de conhecimento. Esse treinamento busca facilitar a possibilidade de o aluno ter contato direto com o documento histórico, com a prática da pesquisa histórica, com a tipologia e conteúdo das fontes historiográficas, com a formulação de conceitos e vocabulários referentes à tópica republicana.

Sala: 306 (Centro de Referência em Ciências Humanas - Anexo da FAFICH).

Tel.: 3409-6498

Link: www.ufmg.br/brasildoc

Professora: Heloísa Starling


Acesso rápido

    

© 2016 - Departamento de História - UFMG. Todos os direitos reservados. Desenvolvimento: Augusto Carvalho dos Santos e Eduardo Paci Galvão